O escaneamento foi realizado em parceria com a empresa Faro Brasil. Com dimensões semelhantes à de um livro grosso, o equipamento fica em um tripé e dispara entre 200 mil e 400 mil pulsos por segundo para todos os lados, exceto para a parte de baixo dele mesmo. São 360 graus na horizontal e 270 graus na vertical.
O mapa 3D é criado à medida que o laser bate em alguma superfície e volta, registrando a distância que percorreu. Outra vantagem desse equipamento é que também faz fotografias de alta resolução, gerando imagens coloridas.
No total, foram 36 pontos de levantamento dentro da caverna. Em seguida, as nuvens formadas em cada um dos locais foram unidas em um programa de computador, somando mais de 1 bilhão de pontos. O mapeamento como um todo, somando o processamento das informações, a análise dos dados e a geração do mapa 3D, levou um ano.
O resultado para o público é um passeio virtual, como se o espectador estivesse voando por dentro da caverna.
“As pessoas que assistem perguntam se é um voo de drone, mas na verdade é uma imersão na nuvem de pontos possibilitada pelo escaneamento”, disse Gabriel Zacharias, geólogo que fez o processamento das imagens durante o curso de graduação em Geologia na USP.
O escaneamento permitiu ainda o estudo detalhado de alguns espeleotemas, como são chamadas as estalactites, estalagmites e outras formações comuns dentro de cavernas.
Os pesquisadores trabalham em colaboração com Francisco Cruz, professor do Instituto de Geociências (IGc) da USP. A ideia é fazer correlações entre os espeleotemas escaneados e o paleoclima da caverna, a fim de verificar se a forma é um reflexo da composição química dos espeleotemas e como o clima do passado influenciou nessas formações.
O vídeo 3D da caverna pode ser visto em: www.youtube.com/watch?time_continue=143&v=giInjKLo17A.
Outras imagens podem ser conferidas em: https://spamlab.github.io/grants/cave_3d/.